O que dizem motoristas e usuários do transporte coletivo sobre a liberação do novo viaduto da Faixa Velha

Foto: Renan Mattos (Diário)
Na primeira segunda-feira após liberação do tráfego no viaduto do Bairro São José, motoristas relatam que trânsito ficou mais ágil

A semana começou com ritmo diferente para os usuários da ERS-509, a Faixa Velha de Camobi. Depois da liberação, na sexta-feira, do viaduto da Osvaldo Cruz, no Bairro São José, a segunda-feira foi o teste da liberação total da rodovia duplicada, principalmente pela manhã, quando o fluxo costumava desafiar a paciência dos motoristas. A conclusão do viaduto marca a finalização dos 4,3 quilômetros de duplicação da rodovia.

O trecho já vinha sendo utilizado pelos motoristas há um ano, mas com desvios de pistas simples. O viaduto será entregue oficialmente hoje, dois anos após o início da construção, em ato, às 9h, com a presença do governador José Ivo Sartori (PMDB). O viaduto ficará bloqueado entre 7h e 9h30min. Nesse horário, os veículos terão de trafegar pelas laterais da estrutura.

De acordo com o o comandante do 1º Pelotão Rodoviário de Santa Maria, tenente Claudio Orlandi, enquanto o bloqueio do viaduto representava um gargalo, os horários críticos eram entre às 7h às 8h30min. Segundo ele, o Comando Rodoviário não registrou nenhum problema de engarrafamento ontem, durante o dia. Ele diz que a tendência é que diminuam as ocorrências de acidentes na via.

VELOCIDADE IGUAL
O limite de velocidade na Faixa Velha segue em 60 km/h. Em relação a isso, o comandante informa que a companhia intensificará o emprego do radar móvel, em locais e horários alternados, visando coibir excessos. Também devem ser realizadas barreiras policiais em locais estratégicos, com abordagem e fiscalização, entre outras ações.

Liberação do trânsito no viaduto da Faixa Velha melhora tráfego na Região Leste de Santa Maria

Segundo o Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer), ainda será construída uma rotatória, na parte de baixo do viaduto do Bairro São José, que ficará pronta em 2019. Depois, faltará somente a construção de três alças de retorno, que ainda dependem da desapropriação de áreas pelo Daer. A obra total tem custo de R$ 40 milhões. A iluminação do viaduto não tem previsão de ser feita.

Já na Faixa Nova, motoristas enfrentaram lentidão e engarrafamento entre a Vila Maringá e Camobi, na manhã de ontem. A causa foi uma obra Corsan.

OS ÔNIBUS
O Diário ouviu, ontem, funcionários do comércio e estabelecimentos de Camobi, para saber como foi a primeira manhã de trânsito duplicado na Faixa Velha. Todos os que saíram do Centro e foram trabalhar de carro ficaram satisfeitos em relação à fluidez do tráfego (veja, abaixo, os relatos). A mudança, no entanto, dificultou o dia de quem utiliza o transporte público.

O auxiliar de serviços gerais Andriel Fagundes Branco, 26 anos, não sabia das alterações das linhas da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), que passaram, pela manhã, por cima dos viadutos do Castelinho e do Bairro São José.

Mesmo com a atuação de agentes nas paradas para orientar a população sobre as alterações e fixação de cartazes, à tarde, a ATU precisou mudar a estratégia. Devido à reclamação dos usuários, os ônibus voltaram a operar nas paradas das vias laterais do viaduto do São José. Segundo o gerente operacional da Associação dos Transportadores Urbanos (ATU), Cristiano Andretta, a entidade e a prefeitura irão rever a utilização da linhas UFSM pelo novo viaduto, bem como a localização das paradas.

- De qualquer forma, o dia (de ontem) serviu para tirarmos uma base do que precisa ser feito - diz Andretta.

Desde ontem, os ônibus das linhas que vão ao campus da UFSM também sofreram alteração de horários. A medida foi adotada devido à diminuição das atividades da universidade. Os horários atualizados, que ficam em vigência até sexta-feira, já estão na página, no site da UFSM e, também, no aplicativo de transporte público Urmob, disponível na loja de aplicativos do sistema Android e no site (sistema iOS).

DEPOIMENTOS DE USUÁRIOS

"Acho que foi positiva a mudança. Tive a impressão de que aumentou o fluxo. Antes da duplicação total, trancava no gargalo, mas, quando liberava, não se enxergava mais carro. Hoje (ontem), havia carros nas duas pistas em todo o trajeto. Pode ser que o pessoal que vem pela Faixa Nova tenha vindo por ali. Também acho que a obra ficou mal acabada na questão de nivelamento."
Igor Dornelles, 38 anos, consultor de vendas

"Está muito mais rápido o percurso. Só tem que cuidar para manter a velocidade. Aliás, se pudesse aumentar, seria melhor. E os ônibus não atrapalham, também. Da minha casa, na Tancredo Neves, até aqui (Camobi), eu levava até 45 minutos. Hoje (ontem), vim em 20 minutos." 
Carlos Oliveira, 57 anos, consultor de vendas

"Estava tudo livre. Antes, eu levava um tempão para vir. Nas obras, eu costumava ficar 10 minutos esperando. Já fiquei até 20 minutos parada. Hoje, demorei 12 minutos do Centro até Camobi."
Michele da Costa Tascheto, 41 anos, vendedora

"Está bem melhor. Levei 10 minutos para fazer o caminho que levava até 40, às vezes. Costumava a usar a Faixa Nova, porque tinha menos fluxo, mas, agora, pretendo usar só a Faixa Velha." 
Cristiano Matter, 27 anos, gerente de negócios

"Melhorou muito. Para vir da Avenida Medianeira, eu demorava 30 minutos. Hoje (ontem), demorei 12. No fim de semana, usei as laterais para fazer o retorno de Camobi para o Centro e notei que falta sinalização para localizar o pessoal para quem vai para São Sepé, Itaara, São Pedro do Sul, mas a obra, em si, ficou boa." 
André Luiz Alves da Silva, 36 anos, gerente de negócios

"Para mim foi ruim, porque tive que pegar (a linha) Carlos Gomes ali do Trevo do Castelinho. Geralmente, pego o Universidade/Faixa Velha, mas não sabia que não ia passar ali na margem. Tive que caminhar um pouco mais para chegar até o trabalho." 
Andriel Fagundes Branco, 26 anos, serviços gerais e usuário do transporte coletivo

"Fluiu bastante. Moro no Centro e levava 20 minutos para vir. Hoje (ontem), levei 10 minutos." 
Thiago Puhl, 34 anos, encarregado de loja